Informação Privilegiada
O ex-governante disse ainda que a divulgação ocasional do Relatório preliminar da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde "levanta suspeitas de manipulação da perceção pública".
O ex-ministro da Saúde, Manuel Pizarro, esteve presente esta quarta-feira no programa Informação Privilegiada, onde comentou o relatório preliminar da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e criticou a atuação do Governo durante a recente greve no setor.
Manuel Pizarro afirmou que a divulgação ocasional do relatório levanta suspeitas de manipulação da perceção pública. "A greve durou nove dias. De uma quarta-feira, 30 de outubro, até uma quinta-feira, 7 de novembro. E a greve terminou mal o Governo recebeu o sindicato. A minha pergunta é: sendo notícias sobre o impacto da greve divulgadas dia após dia, porque é que ninguém no Governo tomou a iniciativa de receber o sindicato?", questionou o ex-ministro.
Além disso, Pizarro apontou o dedo à atual governação pela instabilidade no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), sublinhando que as constantes mudanças na liderança comprometeram a capacidade de resposta da instituição. "A saída do doutor Luís Meira, a substituição pelo doutor Vítor Almeida e, posteriormente, a substituição pelo atual Presidente do INEM, tudo num curto período de tempo, causou incapacidade no instituto", afirmou.
O ex-governante foi ainda mais longe ao considerar que a liderança anterior teria evitado os impactos severos da greve. "Estou absolutamente certo – embora impossível de provar – que, se o doutor Luís Meira fosse Presidente do INEM, a greve não teria tido esta magnitude", declarou.
As declarações de Manuel Pizarro reforçam as críticas à gestão da crise no setor da saúde e lançam novas questões sobre a atuação governamental perante os desafios enfrentados pelo INEM e pelos profissionais de saúde.