Mariana Vieira da Silva elogia discurso de Marcelo Rebelo de Sousa e Lídia Jorge no Dia de Portugal e André Coelho Lima diz que "rigor histórico" não pode ser "ultrapassado pela ignorância"

Joana Ramalho | 11 de Junho de 2025 às 22:24
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Frente a Frente

Frente a Frente no NOW, Mariana Vieira da Silva (PS) lamentou os atos de violência que ocorreram contra o ator Adérito Lopes. André Coelho Lima defendeu que o discurso da escritora Lídia Jorge no dia 10 de Junho é "uma peça de literatura que devia ser ensinada nas escolas".

Mariana Vieira da Silva (PS) e André Coelho Lima (PSD) estiveram Frente a Frente no NOW esta quarta-feira e comentaram o ataque violento contra um ator do teatro "A Barraca" por um grupo de extrema-direita, na noite de terça-feira, dia que marcava as celebrações do Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, em 10 de junho.

Mariana Vieira da Silva começou por afirmar que este dia começou com dois "muito bons discursos", nomeadamente do Presidente da República e da escritora Lídia Jorge, nos quais condenaram o racismo, a escravatura e a cultura da mediocridade, nas cerimónias que decorriam no Algarve. No entanto, lamentou o contraste refletido nos atos violentos que aconteceram no final do mesmo dia, por indivíduos de extrema-direita.

"Isto mostra bem a forma como o país tem tido dificuldade em tornar esta discussão uma discussão de todos. (…) Nós sabemos que sempre que os níveis de violência verbal aumentam, e basta abrir as redes sociais para percebê-lo, há sempre um momento em que se traduz outros tipos de violência", salientou a socialista.

Já André Coelho Lima não se mostra surpreendido com o crescimento destes atos violentos, uma vez que há uma "transformação social evidente" um pouco por toda a Europa.

Assim, "há aqui um sair da penumbra de grupos cujas práticas vêm dos 90, até de finais dos anos 80, que estiveram silenciadas durante 20 anos e agora voltam ao de cima", diz André Coelho Lima.

Sobre o discurso de Lídia Jorge, André Coelho Lima defende que é "uma peça de literatura que devia ser ensinada nas escolas". A afirmação ocorre na sequência das várias críticas feitas à escritora, nomeadamente do líder do Chega, André Ventura, que condenou os discursos do dia 10 de Junho por não terem mencionado "o excesso de imigração".

"Aquilo [discurso de Lídia Jorge] é de um rigor histórico absoluto, naturalmente contém uma opinião, (…) mas há ali um rigor magnífico que nunca podemos permitir que seja ultrapassado pela ignorância", concluiu.