Médicos em Gaza afirmam que evidências de fome estão "mesmo à sua frente"

Joana Ramalho | 24 de Agosto de 2025 às 13:00
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Mohammad Kuheil

Nas 24 horas seguintes ao anúncio de fome no enclave palestiniano pela ONU, oito pessoas em Gaza morreram de causas relacionadas com subnutrição.

Os médicos em Gaza, na Palestina, afirmou que as evidências de fome no enclave estão "mesmo à sua frente" e que os doentes, feridos e os mais jovens estão entre os mais vulneráveis. Declarações que ocorrem depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter negado que existe fome em Gaza. 

"Aya sofre agora de desnutrição grave devido à falta de nutrientes terapêuticos e talvez também de comida saudável. E isso reflete-se em todos os doentes internados nos departamentos cirúrgicos. Não existem quaisquer fontes de proteína, apenas proteínas vegetais que obtemos de leguminosas", disse o diretor do departamento de nutrição do Hospital Shifa, Mohammad Kuheil, aos jornalistas, este domingo.

Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar, ou IPC, a principal autoridade em crises globais de fome, da ONU, afirmou que pela primeira vez, várias partes de Gaza estão em situação de fome.

Durante meses, as agências da ONU e grupos de especialistas alertaram que o bloqueio de Israel à ajuda humanitária e a ofensiva israelita em curso estavam a levar o território "ao limite".

Nas 24 horas seguintes ao anúncio de fome no enclave palestiniano pela ONU, oito pessoas em Gaza morreram de causas relacionadas com subnutrição.