Produção de renováveis
Esta pressão nos custos refletiu-se sobretudo nas centrais termoelétricas, que registaram um aumento de 20% no consumo de gás, para suprir a menor produção hídrica e eólica.
A quebra na produção de energia renovável em Portugal no início de 2025 obrigou o país a intensificar o recurso ao gás natural, cujo preço médio diário disparou cerca de 70% no primeiro trimestre do ano. Esta pressão nos custos refletiu-se sobretudo nas centrais termoelétricas, que registaram um aumento de 20% no consumo de gás, para suprir a menor produção hídrica e eólica.
Apesar deste acréscimo no segmento de produção elétrica, o consumo global de gás natural manteve-se relativamente estável, graças a uma redução significativa na utilização por parte da indústria. Nos clientes industriais de alta pressão, o consumo recuou mais de 16%, reflexo direto da escalada de preços no mercado energético.
Como resultado desta evolução assimétrica, o consumo final na rede pública de gás – o chamado "mercado convencional" – registou uma queda homóloga de 5,6%, segundo o Boletim da Utilização das Infraestruturas de Gás divulgado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).
O documento da ERSE sublinha que “o aumento do consumo de gás pelas centrais elétricas, até março de 2025, permitiu responder à maior procura de eletricidade, num contexto de menor produção renovável, sobretudo hídrica e eólica”.
Também os fluxos comerciais de gás natural sofreram alterações expressivas no primeiro trimestre. As exportações caíram cerca de 32%, ao passo que as importações aumentaram quase 30%, refletindo a maior dependência do exterior para garantir o abastecimento interno.