Para Pedro Duarte, "ao fim de um longo calvário", é possível afirmar que "o metrobus vai funcionar, vai poder ser utilizado pelos portuenses", pondo fim ao que classificou de "demasiado tempo de inércia, demasiado tempo de irresponsabilidade e demasiado tempo de desrespeito pelos portuenses".
O metrobus do Porto vai arrancar a operação no final de fevereiro, deverá ter um período experimental gratuito em março e, para iniciar e terminar o serviço, dará a volta à rotunda da Boavista, foi anunciado esta quinta-feira.
"Hoje estamos em condições de anunciar que, na sua fase 1 [Casa da Música — Praça do Império] teremos o metrobus a funcionar no final do próximo mês de fevereiro, através, em primeira instância, de um período experimental", disse esta quinta-feira o presidente da Câmara do Porto, Pedro Duarte, na sala D. Maria II dos Paços do Concelho, após assinar o memorando de operacionalização do metrobus.
O anúncio foi feito esta quinta-feira também pelo presidente da Metro do Porto, Emídio Gomes, e a assinatura do documento também contou com a presidente da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), Cristina Pimentel, envolvendo também as tutelas das Infraestruturas e Finanças, por parte do Governo.
Para Pedro Duarte, "ao fim de um longo calvário", é possível afirmar que "o metrobus vai funcionar, vai poder ser utilizado pelos portuenses", pondo fim ao que classificou de "demasiado tempo de inércia, demasiado tempo de irresponsabilidade e demasiado tempo de desrespeito pelos portuenses".
Por seu lado, coube ao presidente da Metro do Porto apresentar a solução encontrada para o metrobus iniciar e terminar a operação na estação Casa da Música, confirmando-se o abandono da inversão de marcha em contramão numa nova rotunda improvisada exclusiva para o metrobus, e o regular circundar da rotunda da Boavista.
"Foi retomado o projeto inicial, que previa que o veículo circundasse a rotunda de forma completa, mas para garantir que a operação decorre nos tempos previstos - penalizando a eficiência, mas garantindo a operacionalidade e os objetivos - haverá uma redundância de um veículo suplementar", explicou Emídio Gomes.
Assim, "quando um dos veículos atinge o topo da avenida [e chega à estação Casa da Música], ele [outro veículo] já lá está parado à espera do outro lado", detalhou.
"É uma solução bastante simples, penaliza a eficiência do ponto de vista do desempenho material e até um pouco económico da operação, mas garante aquilo que é essencial, que é o serviço à população dentro dos tempos estimados", disse Emídio Gomes.
O responsável pela empresa de transportes estimou ainda que "pelo menos, durante o mês de março, até final de mês de março, ela [a operação] fosse garantida como gratuita".
O motivo para o início da operação apenas se dar em fevereiro, explicou Emídio Gomes, deve-se não só a "itens obrigatórios de testes que já estão a decorrer nos veículos no canal existente, seja no canal dedicado, seja no canal partilhado da Avenida Marcial Gomes da Costa", também relacionados com " semaforização, a segurança" mas também devido ao fornecimento de hidrogénio, fonte de energia dos veículos.
"Nós só temos garantias de fornecimento de hidrogénio a partir de 17, 18 de fevereiro, e daí que, com alguma margem de segurança, estamos a colocar a operação em funcionamento — diria em modo experimental mas já em modelo de operação completo — a partir do final de fevereiro", explicou Emídio Gomes.
Para já, e desde fevereiro até à conclusão das obras da estação de produção de hidrogénio na Areosa (que Emídio Gomes estimou estar pronta em julho), o abastecimento será feito em São Roque da Lameira.
Quanto à utilização do canal do metrobus na Avenida da Boavista por modos suaves como bicicletas e trotinetes, que tem ocorrido enquanto o canal não está ocupado pelos autocarros, o presidente da Câmara do Porto admitiu que "vai ser muito difícil" encontrar "espaço para uma ciclovia".
"É evidente que há sempre soluções que também estamos a estudar, de haver eventualmente partilhas de espaço entre ciclovias e automóveis, mas todas elas não são circunstâncias ideais para algum tipo de utilizadores de ciclovia — estou-me a lembrar de crianças, por exemplo — em que isso não é compatível", referiu.
Pedro Duarte disse ainda estar a trabalhar "com algumas associações que se especializaram e que se dedicam a este tipo de mobilidade suave para encontrar as melhores soluções".
O metrobus do Porto será um serviço de autocarros a hidrogénio que ligará a Casa da Música à Praça do Império e à Anémona (na segunda fase) em 12 e 17 minutos, respetivamente.
O conjunto dos veículos e do sistema de produção de energia custaram 29,5 milhões de euros. Já a empreitada do metrobus custa cerca de 76 milhões de euros.