Moção de censura apresentada pelo Chega: Rita Matias defende que explicações de Montenegro "não foram suficientes" e António Rodrigues diz que debate foi "inútil e desnecessário"

Joana Ramalho | 21 de Fevereiro de 2025 às 22:07
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Frente a Frente

Frente a Frente no NOW, António Rodrigues afirmou que Luís Montenegro "esclareceu cabalmente" todas as questões apresentadas.

Rita Matias (Chega) e António Rodrigues (PSD) estiveram Frente a Frente no NOW esta sexta-feira e falaram sobre o debate da moção de censura ao Governo a pedido do Chega, que acabou por ser chumbada.

Rita Matias começou por afirmar que as explicações dadas pelo primeiro-ministro sobre a empresa imobiliária da sua família "não foram suficientes", apesar da "ampla disponibilidade" que Luís Montenegro demonstrou para divulgar documentos.

"Continua sem demonstrar quem são os seus clientes (…) nós ficamos por apurar se existiu neste grupo de clientes alguém ligado ao setor público, alguma verba que poderá ter influenciado alguma autarquia", disse.

A deputada do Chega sublinhou ainda o facto de a empresa da família de Montenegro ter tido o "pico de faturação" no ano em que tomou posse como líder do PSD e "em que começa a decorrer uma campanha no país".

"Quero deixar sublinhado que não estou a querer levantar nenhuma suspeita, que seja particularmente do Chega, é uma dúvida que vimos generalizada", disse de seguida.

Rita Matias reforçou também que o Chega vai continuar a exigir explicações ao primeiro-ministro, seja através de "audições" ou da "solicitação de outros tipos de documentos".

Já António Rodrigues afirmou que Luís Montenegro "esclareceu cabalmente" todas as questões que envolvem o caso e que o primeiro-ministro não quis "qualquer empresa com ligações públicas ou qualquer tipo de financiamento do Estado".

"É uma discussão inútil. Foi uma discussão desnecessária, que não contribuiu para rigorosamente mais nada a não ser para o propósito inicial do Chega e todos nós sabíamos isso desde o início", disse António Rodrigues, acusando o Chega de querer desviar as atenções das polémicas que envolvem membros do partido.

António Rodrigues continuou por dizer que, "com motivações próprias", a moção de censura foi usada como "uma motivação política interna do Chega" para tentar "escamotear os seus problemas".