Mortalidade triplica face ao calor extremo em Portugal

| 22 de Agosto de 2025 às 13:12
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Mortalidade triplica face ao calor extremo em Portugal

Os meses de julho e agosto ficam marcados pelo excesso de calor que se faz sentir em todo o país. O verão de 2025 é já o que regista maior número de mortes desde 2014.

O calor extremo na primeira quinzena de agosto fez disparar o número de mortos em Portugal. Foram declarados mais de 1300 óbitos acima do esperado entre o mês de julho e agosto. A mortalidade triplicou face ao ano passado. 

Os meses de julho e agosto ficam marcados pelo excesso de calor que se faz sentir em todo o país. O verão de 2025 é já o que regista maior número de mortes desde 2014. 

As temperaturas elevadas têm provocado consequências por todo o país. Além dos incêndios, já se registaram desde o início do verão mais de 2300 mortes devido ao calor extremo. Apesar dos números deste verão serem alarmantes comparados com os do ano passado, o mês de julho de 2024 teve os valores de mortalidade mais baixos desde 2021. 

O excesso de mortalidade afetou sobretudo as pessoas com 75 ou mais anos. A Direção Geral da Saúde explica que as pessoas nesta faixa etária têm maior propensão a doenças e menor capacidade de resposta ao stress provocado pelo calor extremo. 

Se por um lado as temperaturas elevadas são uma possível causa para estes números, por outro algumas das causas podem ser a inadequada climatização dos ambientes, o deficiente controlo de doenças crónicas, a falta de cuidados atempados de saúde e os acidentes. 

Um dos mecanismos que permite ao corpo libertar o calor é a transpiração. Quando a temperatura do ambiente é mais elevada que a temperatura da pele, há uma elevação da temperatura corporal interna. Quando não ocorre a evaporação da transpiração há consequências. Os efeitos podem ser desde edemas e cãbras até exaustão por calor, podendo mesmo vir a ser fatais. Em casos de pessoas que tenham doenças crónicas os cuidados devem ser acrescidos. 

A falta de hidratação, a alimentação inadequada, o vestuário inapropriado, a exposição direta ao sol nas horas de maior calor, por lazer ou por atividade laboral agravam os efeitos nas pessoas.  

O Índice Ícaro, que indica as repercussões das temperaturas no número de óbitos em Portugal continental, já antecipava um efeito muito significativo da temperatura na mortalidade. Durante o período de tempo quente, em particular nas regiões Norte, Centro e Alentejo.  

O mês de julho foi marcado por períodos muito quentes com temperaturas acima da média. 

A resposta sazonal da Direção Geral da Saúde para o verão de 2025, prometia a melhoria do processo de avaliação do risco para a saúde no período primavera-verão, mas as medidas implementadas ficaram aquém dos resultados desejados.