André Coelho Lima e João Ferreira
Em debate no NOW, João Ferreira afirmou que a declaração devia ter sido prestada mais cedo e André Coelho Lima destacou que Luís Montenegro vai ser obrigado a falar sobre a Spinumviva durante o debate com o secretário-geral socialista, às 20h30.
João Ferreira (PCP) e André Coelho Lima (PSD) estiveram em debate NOW esta quarta-feira e falaram sobre a nova declaração de interesses entregue pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, na segunda-feira, a poucos dias do debate com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.
João Ferreira começou por considerar que a informação declarada por Montenegro, que inclui sete novas empresas para as quais prestou serviços, podia ter sido prestada "muito antes". Acrescentou que ainda não ouviu qualquer resposta ou explicação do primeiro-ministro sobre esta matéria.
Já do ponto de vista do debate com Pedro Nuno Santos, João Ferreira afirmou que poderá ser uma questão que "facilite" o frente a frente.
"Acho que Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro têm, de um ponto de vista substantivo em relação ao que seria ou que possa ser a discussão de aspetos estruturantes de política nacional (…), um problema evidente que resulta de uma proximidade muito óbvia no que toca a aspetos essenciais da proposta política um do outro", destacou.
Além disso, o vereador da Câmara de Lisboa referiu que "nenhum deles [Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos]" questiona sobre a "necessidade de o país recuperar algum tipo de controlo público sobre setores e empresas estratégicas e vitais da economia nacional".
Já André Coelho Lima considerou que a decisão de Luís Montenegro foi um "erro", por poder ser apresentada como uma "jogada de antecipação ou um trunfo" para o debate com o líder socialista.
"Vai trazer a Spinumviva [empresa familiar de Luís Montenegro] para o debate (...) é um ónus que se retira a Pedro Nuno Santos", disse.
Segundo André Coelho Lima, o primeiro-ministro tomou uma decisão "estrategicamente errada", uma vez que esse "ónus do secretário-geral do PS desaparece", obrigando Luís Montenegro a discutir, novamente, sobre essa matéria.