Nova proposta da linha do TGV permite salvar quinta de um familiar do dono da Solverde

Cláudio Constantino | 09 de Março de 2025 às 11:44
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TGV

A nova proposta da linha do TGV permite salvar dois bens relevantes na Quinta da Gata: o edifício principal e o picadeiro de cavalos, o que permitirá assegurar a viabilidade da quinta.

A nova proposta da linha do TGV, na zona de Espinho, vai permitir salvar a Quinta da Gata, propriedade da família Violas, que pertence a um familiar de Manuel Violas, dono da Solverde e amigo pessoal do primeiro-ministro, Luís Montenegro. Evita, assim, ser "cortada ao meio", como resultaria do traçado inicial apresentado pela Infraestruturas de Portugal. No entanto, esta alteração de traçado irá obrigar moradores a demolir as próprias casas. 

Segundo fonte conhecedora do processo, A Lusolav, consórcio vencedor do concurso público internacional, deslocou a linha do TGV para poente e esta passou a afetar a propriedade na zona lateral e não na central.

A Lusolav garantiu esta sexta-feira, em comunicado, que “o traçado se encontra em fase de desenvolvimento de projeto, e dessa forma não [é] definitivo”.

Daí que o Ministério das Infraestruturas tenha, em comunicado, afirmado que “não teve, não tem, nem deveria ter conhecimento desse traçado final, pois, como referido, o mesmo é da responsabilidade do concessionário”.

A reação da Lusolav e do Ministério das Infraestruturas (MI) surgiu na sequência de uma notícia do jornal "Público" sobre a alteração da linha do TGV e o seu novo impacto benéfico na Quinta da Gata.

A nova proposta da linha do TGV permite salvar dois bens relevantes na Quinta da Gata: o edifício principal e o picadeiro de cavalos, o que permitirá assegurar a viabilidade da quinta, segundo a mesma fonte.

Com uma área total superior a 35 mil metros quadrados (m2), a Quinta da Gata pertence à Sic Imobiliária Fechada, S.A, sociedade controlada pelos Viola Ferreira, familiares de Manuel Violas, dono da Solverde. A empresa tem concessão pública da exploração do jogo nos casinos do Algarve e Espinho e foi cliente da firma da família do primeiro-ministro entre julho de 2021 e 5 de março deste ano.