António Hipólito de Aguiar.
Segundo o especialista, o Wegovy tem uma concentração superior e é direcionado exclusivamente para a gestão do peso. No entanto, sem apoio estatal, os pacientes terão de pagar cerca de 245 euros por mês pelo tratamento.
O médico de clínica geral António Hipólito de Aguiar explicou, esta quarta-feira, em entrevista ao NOW, o impacto do novo medicamento para a obesidade, o Wegovy, que estará disponível nas farmácias portuguesas a partir de 7 de abril.
Segundo o especialista, o Wegovy contém a mesma substância ativa do Ozempic, um fármaco originalmente desenvolvido para o tratamento da diabetes, mas cuja procura aumentou devido ao seu efeito na perda de peso. "Vai ter um impacto grande, na medida em que o Ozempic tem estado efetivamente esgotado", sublinhou António Hipólito de Aguiar.
O médico explicou que o Ozempic, embora destinado à diabetes, começou a ser amplamente utilizado para a perda de peso, o que levou à sua escassez e dificultou o acesso dos diabéticos ao tratamento. Agora, com o Wegovy, surge uma alternativa específica para a obesidade, mas sem comparticipação do Estado. "Isto é importante dizê-lo, porque o Ozempic foi utilizado em larga medida para o tratamento do peso, fazendo com que não houvesse produto disponível para os diabéticos", destacou.
A grande diferença entre os dois medicamentos é a dosagem. O Wegovy tem uma concentração superior e é direcionado exclusivamente para a gestão do peso. No entanto, sem apoio estatal, os pacientes terão de pagar cerca de 245 euros por mês pelo tratamento. "Se houvesse comparticipação, custaria cerca de dez euros, pouco mais", referiu o especialista.
A partir da próxima terça-feira, os médicos em Portugal já poderão prescrever o Wegovy, que promete ser uma solução para muitas pessoas que lutam contra a obesidade. Resta saber qual será a adesão ao medicamento face ao seu elevado custo.