“O setor privado apresenta ofertas altas”, diz Pedro Santana Lopes sobre concurso público para manutenção do Elevador da Glória que ficou deserto

| 09 de Setembro de 2025 às 13:21
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Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes

A Carris abriu um concurso público e aumentou o preço-base. Ainda assim, nenhuma empresa apresentou orçamentos abaixo desse valor, o que levou a que o concurso ficasse deserto.

O presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, comentou, em entrevista ao NOW, a decisão da Carris em celebrar um ajuste direto com a empresa de manutenção do Elevador da Glória e de outros ascensores em Lisboa. 

Em 2025, a Carris abriu um concurso público e atualizou o preço-base de 995 mil milhões de euros para 1,5 milões de euros. No entanto, nenhuma empresa apresentou orçamentos abaixo desse valor, o que levou a que o concurso ficasse deserto. 

De modo a garantir a manutenção das infraestruturas, a Carris fez um ajuste direto com a empresa que até então estava encarregue de a fazer, pelo prazo de cinco meses. 

Pedro Santana Lopes disse ao NOW que, enquanto autarca, lidou com vários casos em que os concursos públicos eram anulados ou ficavam desertos, precisamente pelo facto de as ofertas serem acima do preço-base. 

“Não estou, com isso, a criticar o setor privado [...], mas, de facto, é o setor privado que procura puxar os preços para cima e apresenta ofertas altas”, explicou. 

O autarca lembrou uma situação recente em que foi necessário acordar com o Estado um aumento de 4,5 milhões de euros para obras nos centros de saúde que estão a ser construídos, mas que os concursos ficaram desertos ou foram anulados devido às ofertas altas. 

“Isso leva a que se lance um novo concurso, o que nunca [demora] menos de seis meses. [...] A única hipótese era, já havendo um adjudicatário, lançar o concurso dois anos antes, porque eles laçaram com um ano e meio de antecedência. Isso é um disparate. Com a variação de preços, não faz sentido lançar concursos com muito tempo de antecedência”, concluiu.