Padre acusado de abusar sexualmente de um homem deficiente também lhe pediu para o filmar enquanto se masturbava

| 26 de Setembro de 2025 às 11:50
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Vila Nova de Foz Côa

O sacerdote de Vila Nova de Foz Côa chegou a assumir que estava apaixonado durante os muitos encontros sexuais que mantiveram ao logo de quatro anos. A notícia está a indignar e a revoltar os paroquianos.

O homem que hoje tem 47 anos estava em 2016 numa situação de grande fragilidade económica e social. Afastado da família, não tinha teto, estava desempregado e sem dinheiro e por isso aceitou com agrado a ajuda do padre António Júlio Pinto que se tornou seu tutor.

O combinado seria realizar alguns trabalhos na paróquia. Cortar a erva, vindimar, apanhar azeitona e amêndoa e em troca tinha direito a um quarto, comida, televisão e internet.

Mas dois anos depois o sacerdote queixou-se do aumento dos preços e exigiu à vítima que sofre de uma doença mental ligeira que tinha também de fazer umas "brincadeiras" que passavam por carícias mútuas e ainda sexo oral.

Os abusos que começaram em 2018 continuaram até 2022. Foram praticados no carro e na casa do padre, na sacristia da Igreja, no salão paroquial e também em hotéis. Em 2020, numa unidade hoteleira da Maia, a vítima estava a ver televisão quando o padre se aproximou e "começou a fazer-lhe carícias no pénis e a masturbá-lo, pedindo-lhe que lhe fizesse o mesmo a si." O sacerdote de 65 anos assumiu estar apaixonado e que ele devia corresponder mais.

O padre Júlio também lhe pediu para o filmar enquanto se masturbava, descreve a acusação do Ministério Público.

A notícia caiu como uma bomba em Vila Nova de Foz Côa. Os paroquianos estão indignados, mas muitos acreditam na inocência do sacerdote, que continua a celebrar missas em Numão e Horta do Douro.

O padre Júlio está acusado de um crime de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência.