Partidos exigem responsabilidades ao primeiro-ministro e à ministra da Saúde depois de grávida e bebé faleceram no Hospital Amadora-Sintra

Ana Paula Martins aceitou a demissão do presidente do Conselho de Administração do hospital.

A Saúde é, atualmente, um dos setores mais fragilizados em Portugal. Na última semana, são vários os casos que evidenciam os problemas que se enfrentam no Serviço Nacional de Saúde (SNS), desde os tempos de espera superiores a 24 horas nas urgências hospitalares, ao caso em que uma grávida e um bebé faleceram no Hospital Amadora-Sintra. 

No mesmo dia em que Ana Paula Martins aceitou a demissão do presidente do Conselho de Administração do Hospital Amadora-Sintra, as críticas dirigidas à ministra da Saúde vêm tanto da esquerda como da direita.  

 “Apelei à responsabilidade do primeiro-ministro e volto a fazê-lo, porque ele é o responsável por aquilo que é a política do Governo para a área da Saúde”, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro. 

Por sua vez, o candidato presidencial António Filipe defendeu que “temos vindo a assistir a uma degradação constante do Serviço Nacional de Saúde”.  

Já o líder parlamentar da Iniciativa Liberal deixou críticas ao Governo por não ter coragem de reformar o SNS. 

“O que precisamos mesmo não é de mudar o ministro, mas sim mudar o sistema de saúde. Perant isto, o que a senhora ministra tem de decidir é se tem a capacidade para o fazer”, defendeu. 

Mais à direita, o presidente do Chega disse que Ana Paula Martins nunca deveria ter assumido o cargo de ministra da Saúde. 

“É um ativo tóxico do Governo e é alguém que, permanentemente, não assume a responsabilidade”, acrescentou. 

Com a oposição questionar a capacidade da ministra para continuar no cargo, a responsabilidade dos problemas na saúde é atribuída ao primeiro-ministro. 

“Se a ministra da Saúde fica ou deixa de ficar, é uma responsabilidade do primeiro-ministro. O primeiro-ministro é responsável, enquanto chefe de Governo, pela forma como a Saúde tem respondido ou não aos anseios dos portugueses”, afirmou o candidato a Belém Henrique Gouveia e Melo. 

Esta segunda-feira, numa visita à Sword Health, no Porto, Luís Montenegro voltou a abordar a questão do investimento financeiro no setor da saúde. O chefe do executivo reforçou que Portugal tem de enfrentar os problemas na saúde, sem complexos, sem barreiras e com um espírito inovador.