Susana Gravato
Daqui a um mês, o menor, que está agora num centro educativo em regime fechado, vai ser novamente avaliado. Só poderá sair da instituição com 18 anos, mas a partir de aí pode sair em total liberdade.
O caso deixou o país em choque em outubro. Um jovem de 14 anos, matou a tiro a própria mãe, em Vagos. A vítima falava ao telefone com uma amiga quando foi surpreendida pelo adolescente com a arma que tirou do armário do pai.
O filho terá disparado dois tiros nas costas da própria mãe. O jovem acabou por confessar o crime, foi detido e está agora internado no centro educativo do Porto, sob vigilância apertada e acompanhamento psicológico.
Por ter menos de 16 anos, o jovem é considerado inimputável.
Não pode por esse motivo ser responsabilizado criminalmente da mesma forma que um adulto.
Nesta altura passaram dois meses desde o macabro crime e em janeiro o jovem vai ser reavaliado psicologicamente, para decidir se poderá ou não começar a receber visitas.
No primeiro interrogatório o menor terá explicado que depois de usar a arma do pai para matar a mãe, ia usar uma mota para fugir com um amigo. Sem destino certo, sem objetivo definido.
Mas depois de cometer o crime, entrou em choque e foi encontrado de joelhos a chorar no jardim. Às autoridades garantiu que gostava da mãe, mas não conseguiu explicar o porquê de ter disparado.
O adolescente era visto como um rapaz educado, tranquilo, sem qualquer histórico de problemas comportamentais. A família era respeitada pelos vizinhos, vivia unida e sem sinais aparentes de conflito.
As autoridades continuam a investigar um crime chocante que parece ser muito difícil de explicar. Agora internado no centro educativo do Porto, serão dadas em teoria condições ao jovem para que compreenda a gravidade do ato cometido e encontre alternativas para voltar a entrar na sociedade. Vai permanecer nesta instituição até aos 18 anos, mas depois estará totalmente em liberdade.