Paulo Raimundo defende que Portugal devia ter reconhecido o Estado da Palestina há mais tempo

Lusa | 22 de Setembro de 2025 às 21:23
Paulo Raimundo
Paulo Raimundo FOTO: LUSA_EPA

O secretário-geral do PCP advoga ainda que Portugal devia ter chegado à Assembleia das Nações Unidas com esta decisão tomada e, por essa via, também forçar outros nesse sentido.

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, defendeu esta segunda-feira que “há muito que o Estado português” devia ter feito o reconhecimento do Estado da Palestina e, nas Nações Unidas, forçar outros países a tomar a mesma decisão.

“É uma decisão tardia, não só tardia, como vem condicionada. Esperemos que, tendo em conta os condicionalismos que tem, não seja uma decisão de adiamento”, disse em declarações aos jornalistas à margem de uma sessão pública da CDU realizada no Seixal, no distrito de Setúbal e que contou com vários autarcas do partido.

Paulo Raimundo defende que o Estado português há muito devia ter feito este reconhecimento e sem condicionalismos para a Palestina.

“As condições deviam-se pôr a Israel, aos Estados Unidos e à União Europeia, para de uma vez por todas se avançar com o cessar-fogo e acabar com o genocídio que está em curso. As condicionantes todas deveriam ser para Israel e não para a Palestina”, disse.

O secretário-geral do PCP advoga ainda que Portugal devia ter chegado à Assembleia das Nações Unidas com esta decisão tomada e, por essa via, também forçar outros nesse sentido.

“Isto não vai lá com paninhos quentes, vai lá com atitudes claras, de condenação clara e de voz grossa, não vai lá com paninhos quentes”, disse.

Portugal, Reino Unido, Canadá e Austrália reconheceram no domingo formalmente o Estado da Palestina, num contexto de crescente pressão diplomática para avançar com uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano, marcado por décadas de impasse nas negociações de paz.

O reconhecimento aconteceu na véspera da Conferência para a Solução de Dois Estados (Israel e Palestina), marcada para esta segunda-feira na sede da ONU, em Nova Iorque, na qual vários países vão igualmente oficializar o reconhecimento do Estado palestiniano.

No domingo, Israel rejeitou o reconhecimento e argumentou que é uma “enorme recompensa ao terrorismo”. Em palavras dirigidas aos líderes ocidentais, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou que não haverá um Estado palestiniano.

Já o movimento islamita Hamas afirmou que o reconhecimento representa “uma vitória” para os direitos dos palestinianos.