Frente a Frente
Frente a Frente no NOW, João Ferreira afirmou que Portugal reconheceu o Estado da Palestina "tardiamente". Já Rui Paulo Sousa defendeu que o reconhecimento da Palestina não deve ser feito antes da entrega de todos os reféns israelitas.
João Ferreira (PCP) e Rui Paulo Sousa (Chega) estiveram esta segunda-feira Frente a Frente no NOW e falaram sobre o reconhecimento do Estado da Palestina por parte do Governo português.
Rui Paulo Sousa começou por defender que reconhecer o Estado palestiniano enquanto ainda há reféns presos em Gaza é "dar um prémio a um Estado terrorista".
"O partido Chega concorda com a solução de dois Estados, que fique bem claro. Agora, não [concorda em] dar esta solução no momento em que ainda há reféns numa região sob o controlo da Palestina, em que, no fundo, não se exigiu no mínimo que entregassem esses reféns ou que chegassem a um acordo", considerou Rui Paulo Sousa.
O deputado do Chega continuou por afirmar que os Estados Unidos (EUA) não fizeram uma "intervenção séria junto de Israel".
"Enquanto Israel não chegar realmente a um acordo com uma autoridade palestina real, nunca vai haver acordo [de paz] nenhum, porque podem ser 150, 180 ou até 190 países a concordar que existe o Estado da Palestina, mas não têm o poder de o tornar real", disse.
Em resposta, João Ferreira afirmou que Israel é "um Estado que usa o terrorismo" para "massacrar um povo", em confronto com o direito internacional e com as "sucessivas resoluções" das Nações Unidas, que reconhecem o direito à existência do Estado palestiniano.
"Em 1947 foi quando as Nações Unidas adotaram um plano para aquele território, da Palestina histórica, dizendo que deviam formar dois Estados. O de Israel foi formado no ano seguinte. Passaram mais de 75 anos", referiu.
O vereador da Câmara Municipal de Lisboa continuou por mencionar que há uma "ampla maioria de Estados" nas Nações Unidas que já reconhecem a Independência da Palestina.
Assim, Portugal, que antes "fazia parte de um grupo minoritário" de países que não reconheciam o Estado palestiniano, juntou-se agora à maioria. No entanto, "foi pena que o tenha feito tardiamente", concluiu João Ferreira.