Paulo Raimundo apelou à mobilização contra o pacote laboral, sublinhando que “os trabalhadores são a força que põe a economia a funcionar” e que “quanto mais se conhece o conteúdo do pacote, mais razões existem para combatê-lo”.
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou esta segunda-feira em Alpiarça que o pacote laboral em discussão “é uma encomenda do patronato” e acusou o Governo de “servir os grandes grupos económicos”, alertando para um agravamento “da precariedade e da injustiça social”.
“Este Pacote laboral é uma grande encomenda dos grupos económicos e do patronato”, disse, referindo-se às alterações à legislação laboral que, segundo afirmou, visam “impor mais horas de trabalho, mais contratos a prazo, mais subcontratação e despedimentos por justa causa”, além de “cortar no pagamento das horas extraordinárias” e “atacar direitos das mães, dos pais e das crianças”.
Durante um Almoço-comício em Alpiarça, no distrito de Santarém, o líder comunista rejeitou a narrativa de que “a lei atual é rígida” e que “os jovens não querem empregos para a vida”, contrapondo que “rígida é a vida dos trabalhadores”, sobretudo dos jovens, que enfrentam vínculos precários e salários baixos.
“Um contrato permanente não impede ninguém de mudar de emprego, mas dá liberdade e segurança. Já quem tem um contrato precário não sabe qual vai ser o dia de amanhã”, afirmou.
Paulo Raimundo apelou à mobilização contra o pacote laboral, sublinhando que “os trabalhadores são a força que põe a economia a funcionar” e que “quanto mais se conhece o conteúdo do pacote, mais razões existem para combatê-lo”.
“Dia 11 é dia de luta. Não é a luta final, mas é uma batalha decisiva para travar este caminho”, afirmou, pedindo “coragem, unidade e orgulho de classe”.
Paulo Raimundo acusou ainda o Governo de “acelerar medidas contra a vida da maioria” e de manter uma política “às ordens de Bruxelas e dos grandes grupos económicos”, apontando como exemplo o Orçamento do Estado, que classificou como “um orçamento de benesses para a banca e para os fundos imobiliários, enquanto se nega aumentos salariais, pensões e serviços públicos”.
Entre as críticas, destacou “o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde”, “a entrega da habitação à especulação”, “o aumento do custo de vida” e “a intenção de mexer na idade da reforma”, defendendo que “40 anos de trabalho e descontos são mais do que suficientes para aceder à reforma sem penalizações”.
O líder do PCP acusou também o Governo de promover “uma política de privatizações, de ataque à segurança social e de entrega da habitação à especulação”, considerando que “o problema da habitação não é fiscal", mas sim devido "à especulação da banca e aos fundos imobiliários”.
O secretário-geral comunista terminou com uma referência às eleições presidenciais, manifestando “orgulho” na candidatura de António Filipe, que considerou “o candidato do povo e da defesa dos direitos”.