Pedro Cabeços
Num período de incerteza para os mercados financeiros e com o endividamento do país ainda elevado, a agência que gere a dívida pública ganha uma nova liderança.
Economista de formação e com experiências nas finanças internacionais, Pedro Cabeços entra esta segunda-feira em funções como Presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, sucedendo a Miguel Martín.
O novo líder terá de enfrentar vários desafios, a começar pela liquidez. É que à medida que o BCE diminui a presença no mercado, é preciso encontrar investidores para a dívida nacional. Além disso, a forte subida de juros levada a cabo para travar a inflação teve impactos nos custos de financiamento.
Mesmo com os juros já a diminuir, a nova dívida emitida pelo país em 2024 teve um custo médio de 3,4% e o cenário futuro é incerto, como sublinham os especialistas ouvidos pelo Negócios. O elevado endividamento do país deixa-o mais vulnerável a imprevistos.
A par dos grandes investidores, o IGCP tem também de gerir a relação com os aforradores, nomeadamente os detentores de certificados, instrumentos que estão a ser alvo de renovado apetite graças à mudança de regras. E é neste domínio que se apresenta outro desafio: a modernização dos sistemas.
O último não está relacionado com os instrumentos ou investidores, mas sim com o posicionamento da gestão. A escolha da equipa liderada por Pedro Cabeços é vista como um reconhecimento do Governo de que é preciso um board técnico e independente.