Após uma visita ao edifício, que se encontra em avançado estado de degradação há vários anos e onde a autarquia quer instalar o núcleo central do Museu do Porto, Pedro Duarte garantiu que chegou o tempo de lhe “tentar dar futuro”.
O presidente da Câmara do Porto, Pedro Duarte, quer avançar com a reabilitação do Palácio de São João Novo, projeto já apresentado pelo anterior executivo de Rui Moreira, mas não se quis comprometer com valores nem datas, esta sexta-feira.
Após uma visita ao edifício, que se encontra em avançado estado de degradação há vários anos e onde a autarquia quer instalar o núcleo central do Museu do Porto, Pedro Duarte garantiu que chegou o tempo de lhe “tentar dar futuro”.
“Nesse sentido, nós estamos a tomar algumas iniciativas já, designadamente com a nossa empresa municipal Go Porto, de fazermos nesta fase um estudo de diagnóstico (…) que é fundamental para depois podermos, numa segunda fase, ter um projeto que possa ser sustentável e que, de facto, transforme este espaço num local museológico”, disse aos jornalistas.
Apesar do processo de diagnóstico a este imóvel em Miragaia estar “num estado avançado”, o autarca não quis comprometer-se com datas, por considerar que “não seria muito responsável” falar de números que estão dependentes de variantes externas.
“Nós sabemos que, nomeadamente quando estamos a falar de equipamentos desta natureza, não é só uma questão de vontade, há muitas ‘nuances’ que têm que ser pensadas, quer do ponto de vista da intervenção em si, quer do ponto de vista do financiamento. O nosso propósito é trabalharmos já sobre isto, e também é por isso que aqui estamos hoje, é para sinalizar que estamos empenhados, estamos a olhar para o projeto e queremos, na medida daquilo que for possível, avançar rapidamente”, acrescentou, ressalvando que não se trata de algo a curto prazo e que “é evidente que depois a intervenção vai demorar uns anos”.
Pedro Duarte seguia acompanhado, entre outras pessoas, pelo vereador a quem atribuiu o pelouro da Cultura, Jorge Sobrado, que relembrou que o Palácio de São João Novo “foi abandonado pelo Estado Central nos anos 1980 e 90” e garantiu que inverterá agora esse “caminho de abandono de um valor patrimonial notável e irresistível na cidade do Porto”.
Descrevendo a reabilitação do edifício e futura instalação do núcleo central do Museu do Porto como “muito entusiasmante”, Sobrado não escondeu tratar-se de um projeto “que exigirá paciência, trabalho dedicado e tempo”.
O vereador não avançou com o orçamento necessário para a realização do projeto.
“Ainda é cedo, ainda é cedo. E vamos ser francos: enquanto existe o estudo, o programa do museu, o programa de intervenção, o projeto... já estamos a falar de alguns anos e eu quero dizer que seria completamente extemporâneo estarmos a apontar um valor que daqui a pouco tempo estaríamos a rever, a desmentir, a alterar”, justificou.
Sobre quem ficará responsável pelo projeto de arquitetura também ainda não há novidades, uma vez que a Go Porto está a “estudar a melhor metodologia de concurso e, a seu tempo, vai definir aquele que será o procedimento que mais bem defende esta peça e o futuro deste património”.
Em fevereiro de 2024, o executivo liderado por Rui Moreira aprovou instalar o núcleo central do Museu do Porto num piso do edifício da Alfândega, por um valor mensal de renda de 15 mil euros, até à recuperação do Palácio de São João Novo estar concluída.
À data, a autarquia apontou uma duração de sete anos para a empreitada, sendo que em 2024 iria avançar o estudo de patologias do edificado e, este ano, estava previsto iniciar-se o projeto de arquitetura e museologia, seguindo-se, posteriormente, os projetos de especialidade e concurso de execução.
A gestão do Palácio de São João Novo, até então sob responsabilidade da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), passou em 06 de dezembro de 2023 para o município, com a formalização do acordo de transferência por um período de 50 anos.