Dupla de burlões detida
A PJ identificou 300 vítimas, 120 das quais já com queixa-crime formalizada, e a maior parte nos distritos de Castelo Branco e Guarda.
Durante mais de dois anos, um homem e uma mulher conseguiram, com a ajuda de cúmplices, amealhar mais de um milhão de euros em burlas pela Internet.
A dupla, de nacionalidade portuguesa, entre os 30 anos de idade e com um grau de parentesco próximo, fez centenas de vítimas por todo o país com vários esquemas de fraudes online, incluindo uma burla conhecida como “sextortion”.
Uma espécie de extorsão sexual que, neste caso, tinha como alvo preferencial a comunidade LGBT.
Segundo fonte da Polícia Judiciária (PJ), que deteve a dupla esta quinta-feira, os burlões marcavam encontros através da Internet e trocavam fotos de cariz sexual com as vítimas.
Posteriormente, ameaçavam-nas com a publicação das imagens caso não lhes fosse entregue uma determinada quantia em dinheiro.
E mesmo que as fotos enviadas pelas vítimas não fossem demasiado íntimas ou constrangedoras, a dupla manipulava-as digitalmente de modo a intensificar o cariz sexual da imagem.
O grupo dedicava-se ainda a golpes mais conhecidos como: o caso “Olá pai, Olá mãe”, falsas mensagens para pagamento de encomendas e despesas em instituições públicas, entre outras.
A PJ identificou 300 vítimas, 120 das quais já com queixa-crime formalizada, e a maior parte nos distritos de Castelo Branco e Guarda.
Mas a investigação ainda está a decorrer, pelo que a quantidade de lesados ainda poderá aumentar, bem como o número de detidos.
Além dos dois líderes da rede, foram identificados e constituídos arguidos vários indivíduos que atuavam como 'mulas'. Ou seja, pessoas que voluntariamente facultavam dados bancários para que as suas contas fossem usadas pelos burlões a troco de uma percentagem da quantia conseguida com a burla.