Há pelo menos mais quatro visados na megaoperação da Polícia Judiciária (PJ).
A PJ está esta quinta-feira a efetuar buscas na sede das empresas de comunicação Wonder Level Partners, do consultor Luís Bernardo, e na First Five Consulting, de João Tocha, por suspeitas de corrupção.
Além dos dois empresários, há pelo menos mais quatro visados na megaoperação da PJ, confirmou o Now. Em causa está uma a forma como as empresas ganham contratos para liderar a comunicação de entidades públicas por ajuste direto ou consulta prévia. As suspeitas de corrupção estendem-se a contratos com várias autarquias de Norte a Sul do país.
O Now sabe ainda que um dos casos em investigação diz respeito ao Tribunal Constitucional.
Em comunicado, a PJ já confirmou que realizou hoje 34 mandados de busca e apreensão, 10 buscas domiciliárias e 13 não domiciliária em organismos públicos, e 11 buscas não domiciliárias em empresas, em Lisboa, Oeiras, Mafra, Amadora, Alcácer do Sal, Seixal, Ourique, Portalegre, Sintra e Sesimbra.
Em causa estão suspeitas dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação, participação económica em negócio, abuso de poderes e abuso de poder.
Ouça a explicação do subdiretor-geral adjunto editoral da Media Livre, Eduardo Dâmaso.
Luís Bernardo é empresário e consultor e foi assessor de José Sócrates e mais tarde diretor de comunicação do Benfica.
Em comunicado, a PJ confirmou a Operação Concerto e a "execução de 34 mandados de busca e apreensão, 10 buscas domiciliárias e 13 não domiciliária em organismos públicos e 11 buscas não domiciliárias em empresas em Lisboa, Oeiras, Mafra, Amadora, Alcácer do Sal, Seixal, Ourique, Portalegre, Sintra e Sesimbra”.
LEIA O COMUNICADO NA ÍNTEGRA
"No âmbito de inquérito dirigido pelo DCIAP, investigam-se factos suscetíveis de enquadrar a prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação, participação económica em negócio, abuso de poderes (titulares de cargos políticos) e abuso de poder (regime geral).
Em causa estão fortes suspeitas de favorecimento de empresas do setor da comunicação, publicidade, marketing digital e marketing político, por parte de diversas entidades públicas.
As diligências realizadas visam consolidar a indiciação de que, às empresas referenciadas pela investigação, terão sido adjudicados contratos, por ajuste direto ou por consulta prévia, em clara violação das regras aplicáveis à contratação pública, designadamente, dos princípios da concorrência e da prossecução do interesse público, causando elevado prejuízo ao Erário Público.
Participaram na operação cerca de 150 elementos da Polícia Judiciária, inspetores e peritos da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística e da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática da PJ, além de 8 Magistrados do Ministério Público, no DCIAP.
A Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ prosseguirá a investigação, com a análise aos elementos probatórios recolhidos, através do seu exame e eventual intervenção pericial, visando o apuramento integral de todas as condutas criminosas, o seu cabal alcance e, bem assim, a sua célere conclusão."
Notícia atualizada às 11h28