Cristina Mota, porta-voz do Movimento Missão Escola Pública
Cristina Mota reforçou que os ranking não revelam nada de novo para os professores: “Os docentes que estão no terreno sentem esta realidade há muito tempo e têm vindo a alertar para ela de forma consistente.
Cristina Mota, porta-voz do Movimento Missão Escola Pública, esteve esta sexta-feira no programa NOW às Nove, onde comentou os mais recentes rankings das melhores escolas, divulgados pelos órgãos de comunicação social.
Durante a sua intervenção, Cristina Mota sublinhou que a diferença entre o ensino privado e o ensino público tem vindo a acentuar-se, com prejuízo claro para as escolas públicas. “Acima de tudo, está em causa a diferença de condições entre o ensino privado e o público. Depois, em termos de acesso ao ensino superior, estas disparidades também se fazem sentir, uma vez que as médias são, muitas vezes, inferiores nas escolas públicas”, afirmou.
A responsável sublinhou que esta realidade tem impacto direto na igualdade de oportunidades. “De modo algum podemos aceitar que, neste momento, estamos a educar a elite do nosso país nas escolas privadas, enquanto os alunos das escolas públicas enfrentam constrangimentos estruturais desde o início.”
Cristina Mota reforçou que o ranking não revelam nada de novo para os professores: “Os docentes que estão no terreno sentem esta realidade há muito tempo e têm vindo a alertar para ela de forma consistente. O ranking apenas vêm confirmar um diagnóstico que já é conhecido.”
A porta-voz do Movimento Missão Escola Pública defendeu também alterações na forma como os ranking são apresentados. “Desde o ano passado que alguns órgãos de comunicação social começaram a distinguir entre escolas públicas e privadas, o que é essencial. Ainda me custa ver listas onde ambas são misturadas — deveria existir uma lista para o ensino público e outra para o privado.”
Quanto à utilidade dos ranking, Cristina Mota considera que a sua divulgação pode ser positiva, se servir para mais do que alimentar o momento mediático. “A sociedade precisa destes dados, destes alertas. Mas é fundamental que não se fique por aí. É preciso olhar para o ranking ao longo de todo o ano e usá-los como base para encontrar soluções concretas.”
Para a porta-voz da Missão Escola Pública, o mais urgente neste momento é agir: “Temos o diagnóstico, agora precisamos de medidas concretas para inverter esta situação.”