EUA

Posição na Intel, lucros da Nvidia e receitas das tarifas: o novo fundo (não soberano) de Trump

Jornal de Negócios | 05 de Setembro de 2025 às 19:00
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Os planos para um fundo soberano dos Estados Unidos parecem ter caído por terra. Em alternativa, a Administração está a trabalhar num fundo de segurança nacional e económica que o Presidente quer usar para acumular participações e pôr a render os proveitos da guerra comercial.

O segundo mandato de Donald Trump tem atraído muitas críticas, mas os grandes líderes empresariais têm escapado desta tendência. No entanto, a aquisição de uma participação de dez por cento na Intel parece ter sido a gota de água para Ray Dalio, o 'guru' de Wall Street que classificou a decisão como autocratica, ao estilo dos anos 30 e 40.

Ainda assim, o tema não é totalmente novo: desde que assumiu posse em janeiro deste ano, Donald Trump tem apostado nas transações. Em meados de junho, o Presidente dos Estados Unidos (EUA) aprovou a fusão da Nippon Steel com a U.S. Steel. O acordo dá à Casa Branca poder de veto sobre determinados aspetos de governança empresarial, através de uma golden share.

Já com a Intel, a administração norte-americana abriu mão de ter poder de voto dentro da tecnológica. Na lista de participações do governo dos EUA conta-se ainda uma posição na mineira de metais preciosos MP Materials e ainda acordos com a Advanced Micro Devices (AMD) e a Nvidia – com esta última a ceder 15% dos lucros das vendas de chips para a China, em troca de licenças de exportação.

Mesmo antes de a administração norte-americana ter estado a “comprar” posições em empresas privadas, existiram várias declarações durante a campanha e no início do segundo mandato do republicano que abriram a porta à criação de um fundo soberano nos EUA.

No entanto, o prazo não foi cumprido e a Casa Branca prepara agora um novo tipo de fundo, desta vez de segurança nacional e económica. Este novo fundo poderá concentrar as participações na Intel e na MP Materials, bem como os pagamentos pela Nvidia e AMD.

Outras participações que têm sido avançadas por responsáveis da administração norte-americana podem vir a incluir empresas do setor da defesa, como a Lockheed Martin, da energia nuclear, ou mesmo outras fabricantes de chips.