Sobre o Natal, Cotrim Figueiredo disse que, além de querer deixar as tradicionais palavras de "harmonia, alegria à volta da família", também gostaria de frisar que os tempos que se avizinham "vão ser desafiantes".
O candidato presidencial João Cotrim Figueiredo considerou estaquarta-feira "absolutamente lamentável" que haja urgências fechadas e cirurgias adiadas na época festiva, defendendo que a situação deveria ter sido prevenida atempadamente.
Em declarações aos jornalistas após uma visita ao mercado de Benfica, em Lisboa, João Cotrim Figueiredo criticou o facto de quatro urgências de ginecologia e obstetrícia estarem hoje fechadas em Portugal, número que subirá para cinco no Dia de Natal e para seis na sexta-feira.
"É absolutamente lamentável, especialmente numa altura de festas, que estejamos não só perante esse cenário de urgências encerradas, mas perante um cenário de cancelamento de cirurgias programadas não urgentes", criticou.
O candidato presidencial, apoiado pela IL, referiu que, "em boa parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS), só serão intervencionados cirurgicamente aqueles doentes que estejam em estado considerado grave", pelo que "todas as outras aflições a patologias que possam necessitar de intervenção médica ou cirúrgica mais precoce ficarão para trás".
"Dizem-nos que isto tem a ver com o surto de gripe que ocupa muitas camas nos hospitais, mas sabemos já há um mês e meio -- até por informação do próprio Ministério da Saúde -- que este surto ia atingir o pico exatamente entre meados de dezembro e meados de janeiro", observou.
Por isso, defendeu, "os planos de contingência que agora alguns hospitais já adotaram e aplicaram, já deviam, em bom rigor, estar a funcionar há mais semanas".
Questionado se não teme que a campanha para as eleições presidenciais seja monopolizada pelo tema da ligação entre política e interesses privados, na sequência da polémica à volta dos negócios de Luís Marques Mendes -- tema que foi trazido para a agenda política por João Cotrim Figueiredo -- o candidato considerou que "esse assunto, na verdade, nunca devia ser tema central da campanha tão tarde".
"Porque acho que qualquer candidato que se apresenta a uma eleição como esta, especialmente aqueles que têm mais experiência política, saberiam que os percursos profissionais, as dependências, as pessoas com quem trabalhamos vão ser escrutinados", referiu.
Cotrim Figueiredo disse ter essa "perfeita noção" e, por isso, para além das "numerosas declarações de interesses de património e rendimentos" que apresentou no Tribunal Constitucional, também publicou um livro sobre a sua vida pessoal, "para que as pessoas possam escrutinar".
"Portanto, nesta altura, eu gostava muito que isso deixasse de ser assunto, que passássemos a falar dos tais temas de futuro. Agora, só depende dos candidatos terem essa capacidade de serem completamente transparentes em relação ao seu passado", referiu.
Sobre qual seria a mensagem de Natal que gostaria de deixar hoje aos portugueses, Cotrim Figueiredo disse que, além de querer deixar as tradicionais palavras de "harmonia, alegria à volta da família", também gostaria de frisar que os tempos que se avizinham "vão ser desafiantes".
"Mas há uma capacidade brutal, há certamente, do meu lado, uma confiança brutal na capacidade de os portugueses se adaptarem, de serem criativos e capazes de trabalhar em cenários e ambientes que podem ser bastante diferentes dos que estamos a viver agora em 2025", referiu.