Presidente de Moçambique visita ruas de Maputo numa altura de grande tensão e violência no país

Carolina Pereira Soares | 27 de Dezembro de 2024 às 23:53
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Moçambique

Após a divulgação dos resultados das eleições presidenciais de 9 de outubro, que davam a vitória à Frelimo, o candidato do partido Podemos recusou a derrota e afirmou que as eleições tinham sido manipuladas.

A visita de Filipe Nyusi à capital moçambicana não estava prevista e surpreendeu os cidadãos que viram o Chefe de Estado chegar.

Dois meses após as eleições polémicas para o sucessor do Presidente de Moçambique, e menos de uma semana depois da vitória de Daniel Chapo, também da Frelimo, ser confirmada pelo Conselho Constitucional do país, Nyusi esteve com os moradores de Maputo, onde os protestos têm sido mais violentos.

Horas depois, é publicado um comunicado do próximo Chefe de Estado de Moçambique a apelar à não-violência e à união do país. Daniel Chapo promete que vai ser o Presidente de todos, independentemente das suas "preferências políticas".

Após a divulgação dos resultados das eleições presidenciais de 9 de outubro, que davam a vitória à Frelimo, o candidato do partido Podemos recusou a derrota e afirmou que as eleições tinham sido manipuladas.

Venâncio Mondlane tem, desde então, convocado várias manifestações, que já causaram a morte de quase 300 pessoas.

No comunicado, Daniel Chapo lamentou ainda a "violência, a destruição de bens públicos e privados, a morte de cidadãos", assim como "a obstrução de estradas, as pilhagens, os saques os roubos".

O Presidente eleito considerou que "estes atos só contribuem para o declínio do país e para o aumento do número de moçambicanos a caminho do desemprego e da miséria".

Do outro lado, o candidato do Podemos, denunciou esta sexta-feira que vários prisioneiros estão a ser executados nas cadeias moçambicanas, especialmente aqueles com penas mais curtas, relacionadas com os protestos no país.

O Conselho Constitucional de Moçambique determinou esta segunda-feira que Daniel Chapo venceu as eleições com 65% dos votos e que Venâncio Mondlane conseguiu apenas 24% nas urnas presidenciais.