PSP detém ativista por invasão de prédio na Rua do Benformoso e discurso xenófobo

Sábado | 29 de Março de 2025 às 15:01
PSP
PSP FOTO: DR

Afonso Gonçalves, líder do grupo de extrema-direita Reconquista, foi detido na passada sexta-feira após ter subido à varanda de um 1º andar, na Rua do Benformoso.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve na tarde da passada sexta-feira Afonso Gonçalves, líder do grupo de extrema-direita Reconquista, por invasão de um prédio na Rua do Benformoso, no Matim Moniz, em Lisboa, e por ter adotado um discurso xenófobo.

Segundo a polícia, Afonso Gonçalves e um outro homem terão escalado, "com a ajuda de um escadote, um prédio, colocando-se numa varanda do 1º andar, onde exibiram tarjas e proferiram um discurso contra a imigração em língua portuguesa e em língua inglesa".

Na varanda deste prédio, foi pendurado um cartaz onde se lia: "Estamos em Portugal? Onde estão os portugueses? #Remigração".

"Estamos aqui no Martim Moniz, naquilo que costumava ser Portugal, e que hoje já não é Portugal. Mas a questão é muito simples: se estamos em Portugal, então, onde estão os portugueses?", ouve-se num vídeo partilhado nas redes sociais do ativista.

Durante o mesmo vídeo, é possível ouvir ainda Afonso Gonçalves a proferir frases como: "Podes chamar a polícia se quiseres. Eu é que deveria estar a chamar a polícia por todos os crimes que vocês cometem. Por todo o tráfico, por todas as drogas. Para todos os imigrantes ilegais que aqui estão."

Além disso, o ativista pediu ainda que os imigrantes regressassem aos seus países de origem. "Então encontra esse caminho. Procura uma maneira de regressar ao teu país de origem, porque lá serás mais feliz entre os teus entes queridos e a tua família."

Segundo o ativista, este estava "a protestar pacificante". No entanto, pouco tempo depois, acabaria mesmo por ser detido pela polícia.

Através das imagens é, então, possível ver o ativista a ser levado algemado por dois polícias e a entrar num carro-patrulha. No local estiveram vários agentes, que ordenaram a retirada de Afonso Gonçalves e do outro envolvido do edifício. O não cumprimento deste pedido levou à sua detenção.

"A intervenção dos ativistas, a qual não foi comunicada às autoridades competentes, nos termos da lei, teve potencial para ser considerada provocatória, dado que foram efetuados relatos que os mesmos se manifestavam também contra o Islão. Todavia, não foram registados quaisquer comportamentos violentos por parte dos cidadãos que presenciavam a ação. Após a identificação no local e a condução à esquadra para diligências processuais, os indivíduos seguiram o seu destino", lê-se num comunicado da PSP.

De acordo com o "Diário de Notícias", foram ainda transportados para a esquadra e identificados outros três elementos, suspeitos de terem auxiliado o ativista.