Quais os temas que vão marcar Portugal em 2025?

Jornal de Negócios | 03 de Janeiro de 2025 às 22:34
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2025

Vamos ter desde as eleições autárquicas às presidenciais. Pelo meio, na vertente da economia e finanças, temas como o excedente e o orçamento do estado vão continuar em cima da mesa.



O atual governador já disse que gostaria de ter um segundo mandato. O conflito tem sido mais ou menos latente entre Mário Centeno e o Governo. É um dos possíveis candidatos da área socialista às presidenciais de 2026 e nunca clarificou a posição sobre uma eventual corrida a Belém. O mandato do atual governador termina em julho e a recondução está praticamente fora da equação.

Já há nomes que começam a surgir, como é o caso do economista Ricardo Reis ou do ex-ministro das finanças e atual diretor do departamento de finanças públicas do FMI, Vítor Gaspar.

Este será um novo de eleições, desta vez autárquicas. Apesar de a data das eleições ainda não ser conhecida - será algures em setembro ou outubro -, sabe-se já que há mais de uma centena autarquias que vão ter uma nova liderança. Porque há 103 autarcas que não podem recandidatar-se por terem atingido o limite de três mandatos consecutivos.

Entre eles, destaca-se Rui Moreira, que deverá deixar a câmara do Porto, dando início a uma corrida por aquela que é uma das câmaras mais cobiçadas do país. São eleições que vão medir o pulso às lideranças.

Outra das questões é quem sucede a Marcelo em Belém? Além das autárquicas, a campanha para as presidenciais de janeiro de 2026 promete agitar os próximos meses. A definição de candidatos poderá acontecer já no primeiro trimestre deste ano.

Agora na reserva, o almirante Henrique Gouveia e Melo tem caminho aberto para exercer com total liberdade “os deveres cívicos” que até à passada sexta-feira estavam limitados pelas funções que exercia como chefe do estado-maior da armada. É o protocandidato a Belém que vai ganhando forma há mais meses.

Nas contas públicas, o Governo está confiante num novo excedente, ao contrário do défice previsto pelo Banco de Portugal. Entre os dois vão cerca de mil milhões de euros de diferença, mas também uma reconhecida margem de manobra na execução orçamental.

Será preciso correrem 12 meses para se comprovar qual a projeção mais certeira para o saldo das contas públicas para este ano, com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, a defender que no final “será visível que o Governo tinha razão”.

No final de 2025 regressará o fantasma do orçamento. A incógnita é grande, mas as dúvidas são pequenas sobre o caminho estreito que haverá para a sua aprovação.

O novo ciclo político que arranca agora em 2025 e se prolonga em 2026 - com autárquicas e logo depois presidenciais - lança novos dados para as estratégias dos partidos. O processo orçamental vai coincidir com o período de eleições autárquicas.

Certo é que pouco antes da apresentação e discussão da proposta de lei do OE o Presidente da República perde o poder de dissolução do parlamento. No cenário central de que o orçamento não passa, será já o próximo inquilino do Palácio de Belém a eventualmente dissolver o parlamento e a marcar a data das legislativas que poderão ocorrer por altura do verão de 2026.