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A resposta é dada numa grande investigação na edição desta semana da revista Ssaábado. Desvendamos agora excertos das histórias dos grupos liderados por Samir, Xuxas, Bianchi, Carvalho, Joaquim e Clarinha.
Samir Fernandes, de 43 anos, foi apanhado a cozinhar crack, numa panela num fogão elétrico. Além de 32 quilos de cocaína e 11 de heroína, os inspetores da Polícia Judiciária encontraram ainda um verdadeiro arsenal de armas. No apartamento escondia também cocaína avaliada em um milhão de euros.
O luso-guineeense chefiava uma organização e distribuía cocaína e heroína em Lisboa, a partir de Loures. A investigação apurou ainda que os lucros provenientes do tráfico de droga eram branqueados numa empresa do setor automóvel.
Outra figura central é Sérgio Carvalho, mais conhecido como o Escobar brasileiro. Foi um dos maiores traficantes da história e usou Portugal como porta de entrada para a cocaína. O ex-major da polícia militar do Brasil criou uma identidade falsa e simulou a própria morte para evitar uma condenação pelo tráfico de cerca de duas toneladas de cocaína a bordo de um navio em Espanha.
Escondeu-se depois em terras lusas, onde adotou um estilo de vida discreto, num apartamento, em plena Avenida da Liberdade, em Lisboa.
Certo é que em pouco tempo conseguiu transformar o Aeródromo de Tires numa plataforma internacional de distribuição de droga. Foi detido em 2022, a usar um passaporte mexicano, na Hungria. Mesmo atrás das grades, a verdade é que a sua droga continuou a chegar a entrar em Portugal.
Rúben Oliveira, mais conhecido por Xuxas, viria a tornar-se o seu sucessor. É apontado como o maior narcotraficante português desde a queda de Franklin Lobo.
Segundo o Ministério Público, Xuxas era o cabecilha de uma organização criminosa que dominou, por exemplo, os portos marítimos de Setúbal e de Leixões, o aeroporto Humberto Delgado ou o mercado abastecedor da região de Lisboa.
Paulo Joaquim, estivador há 27 anos, no porto de Setúbal, conhecia na perfeição as rotas dos navios. A droga que vinha dissimulada em contentores vindos da América da Latina era depois colocada em camiões para ser distribuída. Clarinha empregava toxicodependentes, que usava como correios de droga em idas ao bairro da pasteleira, no Porto.
A colaboração da polícia federal brasileira tem a ajudado a PJ a desmantelar vários grupos de traficantes. Um negócio que está longe ter um fim à vista.