Recém-nascido obrigado a percorrer 200 quilómetros para ser operado de urgência
Para sobreviver, o bebé fez uma viagem de duas horas, entre Loures e Coimbra, por não haver disponibilidade nos hospitais da grande Lisboa.
O recém-nascido deu entrada no Hospital Pediátrico de Coimbra, pela 01h42, da madrugada de quarta-feira do dia 17 de setembro. Veio encaminhado do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, que não teve capacidade de resposta nem soluções nos hospitais da Grande Lisboa, para submeter o recém-nascido a uma intervenção cirúrgica urgente. Em causa a falta de equipas completas. Por falta de anestesistas e outros especialistas.
O único hospital com o bloco operatório e equipa disponível recusou realizar a cirurgia por falta de vaga no recobro no serviço de Cuidados Intensivos Neonatais. A solução encontrada surgiu a 200 quilómetros e duas horas de viagem, entre os hospitais Beatriz Ângelo, em Loures, e o Pediátrico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
As complicações surgiram ao fim do quarto dia de vida, do bebé, que ainda se encontrava em hospitalizado, e foi a equipa médica que o acompanhava a detectar sintomas de obstrução intestinal que o colocaram em risco de vida.
O bebé foi operado na sexta-feira, dia 19 de setembro, no Hospital Pediátrico de Coimbra, onde ainda se encontra a recuperar no Serviço dos Cuidados Intensivos. Está estável e fora de perigo.
A família mostra-se apreensiva por estar a mais de 200 quilómetros de casa e quer apenas que o bebé possa recuperar sem qualquer tipo de mazela. No futuro poderá vir a fazer uma queixa contra o SNS.