Fisioterapeuta
Ivo Rosa está entre os juízes desembargadores que assinaram a decisão.
A vítima, uma jovem de 24 anos, nunca expressou que não deu o seu consentimento, nem que não quis a continuação de tais contactos sexuais.
E, por essa mesma razão, o tribunal da relação de Lisboa entendeu que não existem fortes indícios dos crimes em causa.
Ou seja, para três juízes desembargadores, um deles Ivo Rosa, conhecido pelas decisões no processo Marquês, de José Sócrates, a vontade da vítima não foi percetível.
No entanto, perante o tribunal, a vítima sempre justificou o porquê de não ter verbalizado um não, ou resistido ao agressor.
Além de ter imobilidade tónica, isto é, congela perante o stress e a ansiedade, a jovem disse ainda que, na altura dos abusos, ficou sem reação e sentiu medo de dizer que não consentia.
“Tinha medo do que me fosse dizer, de ser julgada, medo que ele fizesse alguma coisa se eu contasse... eu não queria aquilo”.
Neste caso, o despacho da juíza de instrução criminal de cascais descreve que o homem – que não tem qualquer titulo legalmente válido para exercer este tipo de atividades - começou em 2024 a fazer tratamentos à vítima, depois de tratar do pai desta.
A jovem passou cinco meses de terror. O falso terapeuta tocou-lhe nas partes íntimas e penetrou-a. Além disso, obrigou-a, ainda, a fazer-lhe sexo oral.
O homem já tem um histórico de abuso sexual de pacientes e está a ser julgado num outro processo por crimes muito semelhantes.
Além disso, tem outros processos que datam de 2020, 2022 e 2023. Todos eles por atos sexuais com doentes.
O certo é que o arguido, de 49 anos, detido em abril deste ano e colocado em preventiva por uma juíza de Cascais, foi agora colocado em liberdade.