Relatório sobre acidente no Ascensor da Glória: PCP diz que autarquia deve ser responsabilizada e Chega defende que sejam aplicadas "medidas sérias" à gestão da Carris

Joana Ramalho | 20 de Outubro de 2025 às 19:08
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Frente a Frente

Frente a Frente no NOW, João Ferreira afirmou que o documento dá "motivos de preocupação de sobra". Já Bruno Mascarenhas referiu que o seu partido, no período "imediatamente anterior" ao acidente do elevador da Glória, mencionou que "não estavam a ser cumpridos os protocolos de operação, manutenção e inspeção" da Carris.

João Ferreira (PCP) e Bruno Mascarenhas (Chega) estiveram esta segunda-feira Frente a Frente no NOW e comentaram o relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) sobre o acidente no Ascensor da Glória. O documento aponta falhas e omissões na manutenção do elevador, assim como a falta de formação dos funcionários e de supervisão dos trabalhos efetuados pela empresa prestadora do serviço, a Carris.

"Há aqui motivos de preocupação de sobra, diria. São apontadas, entre outras, falhas a mecanismos organizacionais de controlo interno da Carris. É dito que o cabo não estava certificado e há evidências de que tarefas de manutenção registadas como cumpridas nem sempre corresponderam a tarefas efetivamente realizadas", começou por destacar João Ferreira.

De seguida, Bruno Mascarenhas afirmou que o Chega, no período "imediatamente anterior" ao acidente do elevador da Glória, mencionou que "não estavam a ser cumpridos os protocolos de operação, manutenção e inspeção" da Carris.

"Há falhas graves relativamente a este assunto. (…) Isto é uma situação extremamente grave e nós temos de perceber exatamente aquilo que aconteceu", acrescentou.

Segundo Bruno Mascarenhas, a Câmara Municipal de Lisboa tem de "tomar medidas sérias daqui para a frente" relativamente à "forma como gere a empresa".

Contudo, João Ferreira defendeu que, além da responsabilização da empresa, também "tem de ser responsabilizado quem tomou a decisão de escolher a empresa", referindo-se à autarquia, nomeadamente Carlos Moedas.

"Em termos gerais, quem tomou a decisão [de criar] um mercado que não oferece, em número suficiente, empresas com conhecimento e capacidade para poder intervir neste serviço, também deve ser responsabilizado", vincou.