Rita Matias defende que prazo da interrupção voluntária da gravidez "não deve ser alargado" e Bruno Gonçalves diz que em causa estão os direitos das mulheres

| 10 de Janeiro de 2025 às 22:59
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Frente a Frente

Frente a Frente no NOW, a deputada do Chega sublinhou que considera "manifestamente mentira" dizer que as mulheres não conseguem aceder ao aborto em tempo útil no país.

Rita Matias (Chega) e Bruno Gonçalves (PS) estiveram Frente a Frente no NOW, na noite desta sexta-feira, onde comentaram o debate parlamentar sobre o alargamento do prazo da interrupção voluntária da gravidez (IVG), a pedido do PS.

Questionada sobre como se sentia enquanto mulher após o Parlamento chumbar alterações ao alargamento do prazo da IVG, Rita Matias defendeu que não deve ser "minimamente alargado".

"A minha posição em relação ao tema do aborto é conhecida. Mas acima de tudo tenho muito medo dos argumentos que foram apresentados [durante o debate]", sublinhou a deputada do Chega.

Rita Matias disse ainda que em causa está a falha do Estado na resposta às mulheres e que o problema não se resolve alargando o prazo da IVG.

A deputada do Chega acrescentou ainda que considera "manifestamente mentira" dizer que as mulheres não conseguem aceder ao aborto em tempo útil no país, uma vez que "ainda o ano passado, Manuel Pizarro dava conta de que as mulheres em Portugal, em média, abortam até às sete semanas".

Já Bruno Gonçalves considera que em causa está o direito das mulheres e a liberdade e que esse deve ser o foco deste tema.

"Aquilo que diz [Rita Matias] sobre pró-vida é negar o direito à vida da própria mulher quando está em situação de risco", acusou o eurodeputado.

Bruno Gonçalves afirmou que "raramente" se fazem debates sobre o direito do homem ao seu próprio corpo e que esta divisão acontece devido a uma "questão histórica, do ponto de vista daquilo que é o entendimento do papel da mulher na sociedade".

O eurodeputado afirmou que Portugal é o país onde o período da IVG é "mais restritivo" e destacou que muitas mulheres têm de se deslocar para conseguir abortar mas "não o podem fazer de forma livre".