Saiba quem são os agressores dos atores da companhia de teatro "A Barraca"
Dois terão sido condenados pela morte de Alcindo Monteiro em junho de 1995.
João Martins, agora com 50 anos, é um dos elementos que esteve no local onde um ator, nascido e criado em Portugal, foi agredido na cara com uma soqueira na noite de terça-feira. Foi condenado a 17 anos e seis meses pelo homicídio do cabo-verdiano Alcindo Monteiro, mas ficou apenas nove anos e quatros meses atrás das grades. O crime aconteceu na Rua Garret, em Lisboa, há precisamente 30 anos.
Hoje, João Martins é apontado como um dos principais rostos da extrema-direita em Portugal.
Nuno Themudo, que foi condenado a 18 anos pelo mesmo homicídio, não surge nas imagens das agressões, mas fontes policiais confirmaram à revista Sábado que também ele estaria no mesmo local.
João Martins tem mantido o ativismo de extrema-direita através de uma série de movimentos como a associação Portugueses Primeiro, e de publicações como a editora "Contra-Corrente" e a sua coluna no jornal "O Diabo".
Junto ao local das agressões a atores da companhia de teatro "A Barraca" estiveram vários grupos de nacionalistas e de extrema-direita. Um dos mais sonantes é o Sangue e Honra, uma organização internacional que está classificada como terrorista. A Polícia Judiciária já tinha deixado um alerta no Relatório Anual de Segurança Interna, mas o capítulo acabaria por ser retirado da versão final por razões nunca reveladas.
O alegado autor das agressões já foi identificado pela PSP. Tem 20 anos e faz parte do movimento Portugueses Primeiro. Foi criado há cerca de dez anos e é considerado como um grupo etnonacionalista.
João Martins chegou a ser apontado pela PJ, PSP Serviço de Informações de Segurança como o novo líder em ascensão do movimento nacionalista português. É descrito como um intelectual de extrema-direita nacional. Vive no concelho de Sintra e tem uma loja de tatuagens e piercings no Cacém.