Professores
Os docentes de Português e de Matemática são os que mais reportam agressões.
Um inquérito realizado em janeiro pelo movimento Missão Escola Pública mostra que 63% dos docentes de Português e 60% dos de Matemática dizem ser vítimas de bullying.
A explicação, segundo o movimento, poderá estar no facto de Português e Matemática serem disciplinas com mais carga horária e com taxas de reprovação mais elevadas, o que gera maior tensão e atritos em contexto escolar.
No total, 59% dos professores que responderam ao questionário assumiram já ter sido alvo de algum tipo de violência.
A maioria descreve situações de agressões verbais ou psicológicas, sobretudo vindas de alunos e pais.
No entanto, cerca de um em cada dez professores admite ter sido vítima de agressões físicas.
O terceiro grupo mais atingido é o do primeiro ciclo, em que mais de metade dos docentes reporta episódios de violência.
As conclusões foram apresentadas no Parlamento, onde a Missão Escola Pública pediu medidas concretas de apoio aos professores.
Entre as propostas estão a criação de gabinetes de apoio jurídico pelas autarquias, apoio psicológico garantido nos centros de saúde, o regresso dos vigilantes aos recreios e a simplificação dos processos disciplinares previstos no Estatuto do Aluno.
O movimento defende ainda a responsabilização dos pais pelos atos praticados pelos filhos.
O inquérito mostra também que 43% dos docentes já foram alvo de coação, muitas vezes por parte de diretores, que os pressionaram a aceitar horas extraordinárias.
Apenas 18% dos professores apresentam queixa à Escola Segura, apesar da gravidade das situações.
Cerca de 11% acabam por entrar de baixa devido à indisciplina.
O movimento garante que este é um problema estrutural e que exige resposta política urgente.