Jornal de Negócios
A uma semana de entrarem em vigor novas taxas à União Europeia, já se fazem contas sobre se 15% é ou não um bom compromisso.
O setor automóvel europeu tem vivido um ano de fortes altos e baixos, ao sabor dos resultados das fabricantes e da grande incerteza em torno das tarifas alfandegárias aplicadas pelos Estados Unidos. Com amplas variações desde o início de 2025, o setor vê-se perante uma grande volatilidade em bolsa e as últimas semanas são um bom exemplo disso.
Depois das fortes quedas de meados deste mês, na passada quarta-feira o dia foi de subidas significativas, muito à conta do acordo comercial entre os Estados Unidos e o Japão. As fabricantes automóveis nipónicas dispararam, como foi o caso da Toyota, que escalou mais de 16%, naquela que foi a sua maior valorização diária desde 1987.
E o contágio estendeu-se a outras geografias, com especial incidência na Europa, onde cotadas como a Stellantis, a Volkswagen e a Mercedes brilharam. Mas o final do dia já foi menos risonho, com a norte-americana Tesla a reportar resultados que desiludiram o mercado.
Ontem foi a vez de se saber que as vendas de carros novos na Europa registaram em junho a maior queda dos últimos dez meses. Resultado: o setor ainda se aguentou no verde durante boa parte da sessão, mas acabou por recuar.
Agora, o foco está nas tarifas que os Estados Unidos vão aplicar à União Europeia a partir de 1 de agosto. A Administração Trump tinha ameaçado com taxas de 30%, mas agora perfila-se a hipótese de um acordo bilateral que as reduza para 15%.
Ainda assim, há já muitas vozes que dizem que a Europa continuará a perder bastante e que o melhor será não ceder a intimidações. Enquanto isso, o setor automóvel e outros ramos industriais aguardam com um constante sobe e desce em bolsa.