Suspeito de matar uma testemunha de um processo em que tinha sido condenado começou a ser julgado

| 11 de Novembro de 2025 às 16:10
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Águeda

Perante o tribunal, Vítor Soares confessou o crime.

O crime ocorreu em março de 2023 no concelho de Águeda. Vítor Soares começou a ser julgado no Tribunal de Aveiro pela suspeita de ter esfaqueado, até à morte, uma testemunha de um processo em que tinha sido condenado a sete anos de prisão.

Segundo a investigação, o crime ocorreu na rua de São Lourenço, em Espinhel, em março de 2023. O suspeito tinha sido condenado, pelo crime de furto qualificado. Segundo a acusação do Ministério Público, o arguido emboscou Joaquim Magalhães, testemunha nesse processo, e esfaqueou-a, pelo menos, duas dezenas de vezes, com uma faca com uma lâmina de 18 cm. 

Vítor Soares confessou que estava com raiva e ódio e ter esfaqueado Joaquim Magalhães. O arguido chorou perante o coletivo de juízes, pediu perdão por uma situação lamentável provocada por uma condenação em que estava inocente. Confessou que tinha oferecido dinheiro a Joaquim Magalhães para contar a verdade, mas este recusou e insultou-o.

Vítor Soares também revelou que o advogado tinha induzido as testemunhas a mentirem em tribunal.

De acordo com a Acusação Pública, o arguido exigiu ao homem que alterasse o seu depoimento. Perante a recusa, desferiu-lhe 20 facadas.

Depois de abandonar o local, deixando a vítima em paragem cardiorrespiratória, o suspeito dirigiu-se ao escritório do advogado envolvido no processo, em Águeda, e provocou um incêndio no corredor de acesso e junto à porta com fogo de artifício e gasolina. Na sequência do fogo, três pessoas tiveram de ser assistidas por causa da inflação de fumo.

Vitor Soares responde pela suspeita de um crime de homicídio qualificado e dois de homicídio qualificado na forma tentada.

O arguido, depois de ser detido pela Polícia Judiciária de Aveiro, foi conduzido a estabelecimento prisional para cumprimento da pena de prisão de sete anos a que tinha sido condenado. Vitor Soares não foi, por isso, presente a um juiz de instrução criminal para ser sujeito a medidas de coação.