Jornal de Negócios
O Governo assume que vai começar a reduzir o desconto no ISP. A última vez que encolheu o bónus foi no início do ano, conseguindo acomodar o impacto com a baixa da taxa de carbono. Agora, esta mesma taxa está 12% mais alta.
No próximo ano, os preços do gasóleo e da gasolina vão ficar mais caros e tudo por via fiscal.
Além da reversão dos descontos aplicados ao Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP), que o Governo assume que terá de avançar, ainda que queira fazê-lo “de forma gradual”, há o sério risco de a fatura se agravar também pela subida da taxa de carbono.
Atualmente, a taxa é de cerca de 67 euros por tonelada. O preço é fixado anualmente com base nos preços dos leilões de licenças de emissão de gases de efeito de estufa, realizados no âmbito do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE).
A poucos meses do prazo para definir a taxa do próximo ano, o valor de referência está 12,6% mais alto. A menos de dois meses do fim do ano, o valor ronda agora os 75,87 euros por tonelada de dióxido de carbono.
A fatura será paga pelos consumidores.
Atualmente, a taxa representa, antes do IVA, 15 cêntimos no caso da gasolina e mais de 16,5 no caso do gasóleo.
Se as contas se confirmarem, passará para 17 cêntimos no caso da gasolina e 18,7 do gasóleo.
Juntando a retoma do ISP na sua totalidade e a subida da taxa de carbono, os preços de venda ao público da gasolina devem subir 2,4 cêntimos, e os do gasóleo, o mais utilizado em Portugal, ficará 2,6 cêntimos mais caro.