
As autoridades previam que a tempestade Gabrielle chegasse aos Açores como furacão de categoria 1- numa escala máxima de 5-, mas, à medida que se aproximou das ilhas, passou para depressão pós-tropical.
A tempestade pós tropical Gabrielle, que deixou um rasto de cerca de 200 ocorrências e 16 desalojados nos Açores está a afastar-se do arquipélago e as previsões apontam para agravamento das condições meteorológicas no continente a partir de sábado.
As autoridades previam que a tempestade Gabrielle chegasse aos Açores como furacão de categoria 1- numa escala máxima de 5-, mas, à medida que se aproximou das ilhas, passou para depressão pós-tropical, provocando, ainda assim, pelo menos 196 ocorrências e 16 realojamentos, avançou o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA).
“Registou-se a necessidade de realojar 16 pessoas (nas ilhas Terceira, São Jorge, Pico, Faial e Graciosa), não havendo, até ao momento, registo de feridos”, informou a Proteção Civil açoriana, explicando que a maioria das 196 ocorrências estava relacionada com a queda de árvores e de estruturas e danos em coberturas.
O período mais crítico ocorreu entre as 3 horas e as 9 horas locais (mais uma hora em Lisboa), com maior incidência nas ilhas Graciosa, Faial e Terceira.
As ilhas dos grupos Central (Pico, Faial, Graciosa, Terceira e São Jorge) e Ocidental (Flores e Corvo) estiveram sob aviso vermelho (o mais grave numa escala de três), devido a precipitação, vento e agitação marítima, mas, entretanto, começaram a desativar os planos municipais de emergência.
As câmaras municipais de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, na ilha Terceira, da Horta, na ilha do Faial, da Madalena, na ilha do Pico, e das Velas, na ilha de São Jorge, informaram que desativaram os planos de emergência, entre a manhã e o início da tarde.
Com uma melhoria gradual do estado do tempo, as nove ilhas estão a regressar à normalidade, mas de forma condicionada nos grupos Central e Ocidental, que estão com as escolas e serviços públicos não essenciais encerrados esta sexta-feira.
Os constrangimentos verificam-se ainda nos transportes marítimos, com a empresa que assegura as ligações de passageiros no Grupo Central a cancelar as viagens de hoje entre as ilhas do Faial e Pico.
Já os danos na aerogare da Graciosa, provocados pela tempestade, "não afetaram" a estrutura do edifício e a reparação será realizada nos próximos dias, sem causar constrangimentos na operação aérea, adiantou o Governo Regional.
A SATA, por seu turno, começou, a partir das 13 horas locais (14 horas em Lisboa) desta sexta-feira, a retomar as ligações aéreas canceladas, com voos de Nova Iorque e Boston, prevendo-se a antecipação da operação de alguns outros voos.
"Caso a situação continue a evoluir favoravelmente, estamos preparados para operar todos os voos à exceção da ligação para o Corvo, atendendo a que o vento ainda se encontra fora dos limites de segurança para a operação", referiu a companhia numa nota enviada à Lusa.
Apesar de ter perdido algumas características iniciais de furacão, numa altura em que estavam previstas rajadas máximas de vento de 200 quilómetros por hora, a tempestade foi mais forte no Grupo Central, em particular, nas ilhas do Faial, Graciosa e Terceira.
Durante a madrugada de hoje, a rede do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) registou uma rajada máxima a baixa altitude de 154 quilómetros por hora, enquanto o valor máximo em altitude foi de 185 quilómetros na ilha Terceira.
O Governo Regional declarou situação de alerta e encerrou serviços públicos não urgentes e essenciais, incluindo escolas, mas hoje determinou o fim da situação de alerta para as 12 horas locais (13 horas em Lisboa), que estava prevista até às 18 horas locais.
A Proteção Civil dos Açores acrescentou, em comunicado, que o despacho emitido pelo presidente do Governo Regional a determinar o encerramento de todos os serviços e organismos públicos, não urgentes ou essenciais, nas ilhas dos grupos Ocidental e Central, até às 18:00 de hoje, “se mantém em vigor”.
O IPMA emitiu, entretanto, avisos para agravamento da agitação marítima e para precipitação e vento no continente, a partir de sábado e até domingo.