Hospital Amadora-Sintra
A unidade de saúde garantiu que o esforço das equipas foi "incansável", mas muitos pacientes saíram sem serem observados.
As urgências do Hospital Amadora-Sintra continuam a registar tempos de espera bastante elevados. No último fim de semana, a unidade de saúde registou casos urgentes de utentes com pulseira amarela que acabaram por ficar 34 horas à espera por atendimento.
O conselho de administração da Unidade Local de Saúde reconheceu ao "Diário de Notícias" que os tempos de espera foram superiores ao recomendado. No entanto, assegurou que houve um reforço de equipa para dar resposta à procura e que a situação ficou "estabilizada" durante a noite.
Sem confirmar tempos concretos, o conselho explicou que os utentes urgentes se mantém sob vigilância e alguns realizam mesmo meios complementares de diagnóstico antes do atendimento médico, de acordo com o protocolo de triagem de Manchester.
Esta triagem dita que doentes com pulseira laranja devem ser atendidos num tempo máximo de dez minutos, enquanto para a pulseira amarela o tempo estende-se até aos 60 minutos.
Apesar do reforço noturno, fontes hospitalares apontaram que o "caos" foi parcialmente resolvido graças a muitos doentes que não quiseram continuar à espera, abandonando assim as urgências.
A unidade de saúde garantiu que o esforço das equipas foi "incansável", mas muitos pacientes saíram sem serem observados.
No domingo de manhã, os profissionais que iniciaram o turno de oito horas depararam-se com tempos de espera de 19 horas para doentes urgentes.
À noite o cenário agravou-se, atingindo os tempos máximos registados.
Fontes sindicais relataram que em alguns momentos os doentes menos urgentes tiveram tempos de espera menores do que os casos classificados como urgentes.
Carlos Cortes, Bastonário da Ordem dos Médicos, disse que o Amadora-Sintra é uma das unidades com maiores dificuldades em dar resposta, mas não é um "caso isolado".