Vencedora do Nobel da Paz María Corina Machado foi perseguida e forçada a entrar na clandestinidade
Perante ameaças constantes escolheu sempre permanecer no país, não abandonar os que acreditavam na sua luta e inspirou milhões de pessoas a agir perante governos autoritários.
Maria Corina Machado é o rosto da paz e da resistência. Engenheira industrial de 58 anos que vive na clandestinidade, foi impedida em 2024 pelos tribunais da Venezuela de concorrer à presidência e, assim, desafiar o presidente do país Nicolás Maduro, que está no poder desde 2013.
Perante ameaças constantes escolheu sempre permanecer no país, não abandonar os que acreditavam na sua luta e inspirou milhões de pessoas a agir perante governos autoritários.
Durante as eleições presidenciais do ano passado, o executivo de Maduro atacou constantemente os seus opositores políticos, sendo eles reais ou percecionados. María Corina Machado estava pronta para concorrer contra Maduro, mas o Governo agiu e desqualificou-a. Edmundo González acabou por assumir o lugar de oposição.
O período que antecedeu as eleições foi marcado por uma repressão generalizada, incluindo desqualificações, prisões e violações dos direitos humanos.
A repressão à dissidência só aumentou depois de o Conselho Nacional Eleitoral do país, composto por partidários de Maduro, o ter declarado como vencedor, apesar de evidências contrárias. Estes resultados geraram protestos em todo o país, violência e até mortes.
Foi a partir daqui que Machado passou a viver na clandestinidade. Numa clara repressão de liberdade não é vista em público desde janeiro.
O presidente do Comité Norueguês do Nobel foi explicito a descrevê-la como uma figura fundamental e unificadora numa oposição política que estava profundamente dividida. Maria é vista como a oposição que encontrou terreno comum na exigência de eleições livres e um Governo representativo. Acrescentando que é reconhecer os corajosos defensores da liberdade que se levantam e resistem.