Zelensky assina acordo para a compra de até 150 caças Gripen suecos

Lusa | 22 de Outubro de 2025 às 18:22
Zelensky assina acordo com a Suécia para compra de caças Gripen
Zelensky assina acordo com a Suécia para compra de caças Gripen FOTO: LUSA_EPA

No ano passado, a Suécia suspendeu os seus planos de enviar caças Gripen para a Ucrânia, em resposta a um pedido dos países parceiros para dar prioridade aos F-16 norte-americanos.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou esta quarta-feira uma carta de intenções para a compra de até 150 aviões de combate Gripen na Suécia e conta já ter alguns caças no próximo ano.

"Valorizamos muito as nossas relações com a Suécia e todas as formas de apoio ao nosso povo. E hoje, um dos principais tópicos das nossas negociações foi o reforço das capacidades de defesa da Ucrânia. Consideramos que o avião JAS 39 Gripen é um dos elementos mais eficazes deste esforço e contamos com as primeiras entregas de Gripens já em 2026", afirmou o Presidente ucraniano na rede social X, acompanhado de um vídeo com o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson.

Zelensky assinou uma carta de intenções com o objetivo de Kyiv adquirir entre 100 e 150 aviões de combate Gripen de última geração, a fim de "construir uma nova e poderosa força aérea ucraniana", anunciou o primeiro-ministro sueco.

No ano passado, a Suécia suspendeu os seus planos de enviar caças Gripen para a Ucrânia, em resposta a um pedido dos países parceiros para dar prioridade aos F-16 norte-americanos.

De acordo com Zelensky, debateu ainda com Kristersson a situação do setor energético da Ucrânia, que apresenta "necessidades urgentes decorrentes dos contínuos ataques da Rússia" às infraestruturas energéticas ucranianas.

Antes de se reunir com o primeiro-ministro sueco na sede do grupo de defesa Saab, que produz os caças Gripen, esteve na vizinha Noruega, num encontro com o líder do Governo norueguês, Jonas Gahr Store.

A visita de Zelensky acontece após um ataque a um infantário em Kharkiv (nordeste), que causou a morte de uma criança e sete feridos.

Seis pessoas foram também mortas numa vaga de ataques noturnos ao setor energético da Ucrânia.

Enquanto o Presidente ucraniano visitava os aliados nórdicos, o homólogo russo dava luz verde a manobras militares nucleares.

"Hoje, temos um exercício de gestão de forças nucleares estratégicas programado, tal como o ministro da Defesa acabou de informar. Vamos ao trabalho", afirmou Vladimir Putin enquanto comunicava com militares do Kremlin, segundo a agência russa TASS.

Putin ordenou o início das manobras na presença do ministro da Defesa, Andrei Belousov, e do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas russas, Valery Gerasimov, através de uma videoconferência.

Estas manobras surgem após a cimeira entre os Estados Unidos e a Rússia em Budapeste, capital da Hungria, que deveria ter lugar dentro de duas semanas, ter sido adiada depois de Moscovo ter excluído liminarmente a possibilidade de cessar os combates na Ucrânia, como tinha proposto o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Um responsável da Casa Branca afirmou na terça-feira que a cimeira entre Trump e Putin, anunciada na passada quinta-feira, não deverá ocorrer num "futuro próximo".