Zelensky reuniu-se com fabricante americana dos mísseis Tomahawk

Lusa | 17 de Outubro de 2025 às 09:50
Volodymyr Zelensky
Volodymyr Zelensky FOTO: AP

Com a Rússia a intensificar os ataques às infraestruturas energéticas na Ucrânia, os Tomahawk serão o "tema principal" do encontro desta sexta-feira de Zelensky com Trump, disse um responsável ucraniano citado pela agência de notícias francesa France-Presse.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse esta sexta-feira que se reuniu com representantes do fabricante norte-americano dos sistemas de mísseis Tomahawk e Patriot, que Kiev exige para se defender da invasão russa.

"Discutimos a capacidade de produção da Raytheon, as possíveis vias de cooperação para fortalecer a defesa aérea e as capacidades de longo alcance da Ucrânia, bem como a perspetiva de produção conjunta ucraniana-americana", disse na rede social X.

Numa outra mensagem publicada no X, o Presidente ucraniano indicou que também se reuniu com representantes do grupo Lockheed Martin.

"Descrevi as necessidades específicas da Ucrânia para os sistemas de defesa aérea e os seus mísseis compatíveis, bem como para as aeronaves F-16", acrescentou.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, deverá reunir-se esta sexta-feira na Casa Branca com Zelensky, que espera que Washington lhe forneça mísseis Tomahawk, apesar dos protestos de Moscovo.

Os mísseis Tomahawk norte-americanos permitiriam à Ucrânia atacar em profundidade o território russo, e Moscovo já avisou que o envio destas armas para Kiev constituirá, na sua opinião, uma "escalada no conflito".

Com a Rússia a intensificar os ataques às infraestruturas energéticas na Ucrânia, os Tomahawk serão o "tema principal" do encontro desta sexta-feira de Zelensky com Trump, disse um responsável ucraniano citado pela agência de notícias francesa France-Presse.

Referiu também os sistemas de defesa aérea Patriot, numa altura em que os ucranianos temem enfrentar o inverno sem luz ou aquecimento.

O Presidente norte-americano anunciou que vai reunir-se com o homólogo russo em Budapeste, sem indicar uma data, após uma conversa telefónica entre ambos em que garantiu terem sido "feitos grandes progressos".

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 — após a desagregação da antiga União Soviética — e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

No plano diplomático, a Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda pelo menos quatro regiões — Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia — além da península da Crimeia, anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).

Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, juntamente com os aliados europeus, exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de entabular negociações de paz com Moscovo.

Por seu lado, a Rússia considera que aceitar tal oferta permitiria às forças ucranianas, em dificuldades na frente de batalha, rearmar-se, graças aos abastecimentos militares ocidentais.